Inmet nega novo ciclone 3m6l4j
A informação de que um novo ciclone extratropical estaria se formando próximo à costa brasileira foi negada pelo próprio Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), citado em diversas reportagens que anunciavam a chegada do fenômeno. Outra fonte especializada também descartou o evento.
Em entrevista à Globo Rural, Dayse Moraes, metereologista do Inmet, reforça que as chuvas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo ocorrem por influência de uma frente fria e centros de baixa pressão que atuam no Sudeste e no Sul do país.
Qual é a diferença entre ciclone extratropical e frente fria?
Desirée Brandt, meteorologista da NOTTUS, conta que o ciclone extratropical se forma a partir do contraste térmico entre a massa polar, que é fria, e a tropical, quente. O fenômeno se trata de um sistema de baixa pressão de maior intensidade, diferentemente do que ocorre no momento.
“À medida que esse contraste se intensifica, uma área de baixa pressão se forma. Os ventos começam a circular em torno dessa área de baixa pressão no sentido horário, no caso do Hemisfério sul.”
A formação da frente fria, por outro lado, se dá a partir da união de duas massas de ar com temperaturas diferentes. Este contraste gera um deslocamento das correntes de ar, o responsável pela precipitação.
“À medida que o ar quente se eleva, ele se resfria e a umidade nele contida se condensa, formando nuvens de chuva. É comum ocorrer mudanças bruscas de temperatura, pressão atmosférica e umidade”, esclarece Brandt.
O sistema de baixa pressão alinhado às altas temperaturas facilita a formação de nuvens carregadas. Por isso, as chuvas durante o verão, principalmente durante o mês de janeiro, são comuns.
No momento, o Sul do país e o Estado do Rio de Janeiro permanecem em alerta laranja até a manhã desta sexta-feira (19/01). As chuvas podem chegar a 100 milímetros diários, com ventos intensos de até 100 km/h. Há risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e de alagamentos.
Chuvas de menor intensidade também devem atingir áreas de MG, SP, MS, AM, PA, TO, GO, MT e AP, com máxima de 50 milímetros diários e ventos de até 60 km/h.
“Nos próximos dias, o corredor de umidade que alimentou estes sistemas no Sul, irá se direcionar para o Sudeste, onde teremos outra área de baixa pressão se formando, desta vez na altura da costa da Região”, alerta Desirée.